O chimarrão celebra o convívio
Tomar chimarrão é um ato amistoso e agregador. A tradição do seu consumo tem resistido às transformações culturais até mesmo em ambientes urbanos.
A mais tradicional beberagem da América do Sul é uma espécie de chá campeiro e selvagem, que dispensa as finas xícaras de porcelana, mas não a riqueza de uma tradição sólida e de uma espécie de celebração da amizade e do convívio. Para muito além das fronteiras do Rio Grande do Sul, o chimarrão é uma bebida característica das culturas da América do Sul, de origem indefinida e perdida. Em um tempo muito anterior à conquista europeia. Ele está presente nas culturas dos povos andinos, como os quíchua e os aymará, e dos guaranis. Hoje seu uso está largamente difundido em toda a região anteriormente dominada por esses povos. No Brasil, é consumido do sul ao centro oeste. Além disso, está presente no Paraguai, Uruguai, Argentina e Bolívia.
Herdado dos indígenas, o chimarrão é preparado com a erva mate (Ilex paraguariensis), uma planta típica de toda a região onde é consumido. A palavra mate deriva do quíchua mati e designa a cuia, o recipiente onde o chá é sorvido por um canudo ou bomba; tudo isso servido em infusão de água quente não fervida. A palavra chimarrão – termo usado também para designar o gado que foge para o campo e se torna selvagem – dá bem uma ideia de rusticidade presente na tradição.
Tal rusticidade tem sido minimizada especialmente entre famílias de maior poder aquisitivo, que no passado compravam em Paris, mas não trocavam o mate por champanhe. Nestes ambientes mais sofisticados, a cuia tornou-se um fino objeto de prataria e a bomba uma joia de prata e ouro incrustada de pedras preciosas, com detalhes dignos da mais especializada joalheria.
Bebida comunitária por excelência, o chimarrão é um dos principais aglutinadores familiares onde quer que seja consumido. Quando chega visita ele se torna quase obrigatório. Tomar chimarrão é um ato amistoso e agregador. A tradição do seu consumo tem resistido às transformações culturais até mesmo em ambientes urbanos e de metrópole.
Num país de realidade migratória acentuada como o Brasil, esse hábito tem se espalhado por vastas áreas do centro oeste e norte do país, onde tem servido de vínculo coma antiga origem e suas tradições distantes ou perdidas. O chimarrão mantém a identidade gaúcha de muitas famílias hoje solidamente instaladas, por exemplo, em áreas recentemente colonizadas no Mato Grosso e em toda a região amazônica.
Clóvis Horst Lindner - Revista Novo Olhar Nº 16 - 2007
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Clóvis Horst Lindner - Revista Novo Olhar Nº 16 - 2007
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Chimarrão e medicinaEstudos detectaram a presença de muitas vitaminas, como as do complexo B, a vitamina C e a vitamina D, e sais minerais, como cálcio, manganês e potássio. Essa bebida tradicional combate os radicais livres, auxilia na digestão e produz efeitos antirreumático, diurético, estimulante e laxante. A erva mate pode ser usada verde ou tostada e no preparo de chás ou chimarrão. Não é indicada para pessoas que sofrem de insônia e nervosismo, pois é estimulante natural.
Imagem: http://avipae.org.br/wp-content/uploads/2015/08/chimarrao_2-640x300-1030x483.jpg
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saite legal bacana e ajuda a conhecer mais sobre o chimarraõ que e´uma bebida tão desconhecida no brasil
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