sábado, 12 de fevereiro de 2011

A massa podre



A massa podre
A origem da expressão para a deliciosa massa que de podre só tem o nome
Empada é um salgado popular em quase todos os países do mundo. A palavra vem da simplificação empanada, com berço no latim panis, “pão”.
O significado mais próximo seria o de iguaria de massa com recheio de carne, tampado com a própria massa. Historicamente servia de refeição para os católicos nos dias de abstinência de carne de vaca ou de porco. O “podre” vem da textura delicada da massa que, não sendo manipulada com cuidado, vira farelo. Na culinária francesa, chama-se pâté brisée, quando ela é salgada ( a massa podre) e pâté sucrée, quando doce.
Quando não existiam geladeiras, o alimento era conservado in natura, em sal. Caso contrário, se estragava, até que, um dia, alguém preparou a receita com essa massa em quantidade grande, usou um pouco e deixou o resto, sabendo que ia estragar – mas não estragou.
No dia seguinte, usou mais dela, que já devia estar podre, mas ainda estava boa e lhe perguntaram:
“Que massa você usou para preparar esta comida?”
“A massa que devia estar podre, mas não estava.”
Então o nome pegou e hoje a massa podre leva ovo inteiro, ou só a gema para fazer liga dos ingredientes. Deve ser trabalhada rapidamente para manter textura.
As aparências enganam. De podre a massa só tem o nome, pois o sabor que provoca na empada é de estalar a língua...
Fonte: Revista da Língua Portuguesa – Nº 62 – Dez/2010

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